A síndrome de imunodeficiência adquirida em gatos pode ser induzida por retrovírus de duas subfamílias: o vírus da leucemia felina (FeLV) e o vírus da imunodeficiência felina (FIV).
A principal forma de transmissão difere entre essas retroviroses. O FeLV pode ser facilmente transmitido pelo contato oronasal de um gato susceptível com a saliva infectada de um gato portador, o que torna a doença altamente contagiosa entre gatos que vivem em grupos. O FIV é transmitido mais comumente por meio de mordeduras, o que faz com que os gatos machos de vida livre sejam o grupo de maior risco de contágio, já que entre eles há brigas constantes.
As principais manifestações clínicas observadas são hemobartonelose, linfoma, icterícia e febre.
Gatos portadores do vírus da imunodeficiência felina (FIV) podem manifestar diferentes estágios clínicos da infecção. O estágio I -fase aguda-, caracteriza-se por febre e leucopenia, mas muitos gatos passam por essa fase sem apresentar sinais clínicos da doença. No estágio II, os gatos permanecem assintomáticos por longo período de tempo. O estágio III têm como única forma de manifestação clínica uma persistente linfoadenopatia generalizada. No estágio IV – complexo relacionado à AIDS -, ocorrem doenças de natureza crônica, de caráter dermatológico, respiratório ou entérico, sendo as gengivites, estomatites e periodontites os achados clínicos mais comuns. No estágio V - terminal - a síndrome da imunodeficiência adquirida manifesta-se de forma progressiva e fatal, muitas vezes com quadro de insuficiência renal crônica.
O prognóstico para os gatos virêmicos persistentemente pelo vírus da leucemia felina (FeLV) é reservado: em um período de dois à três anos , a maioria dos animais vêm a óbito. Apresentando como principal manifestação clínica o linfoma.
O conhecimento da freqüência dessas viroses no município do Rio de Janeiro é apenas o início de um controle que necessita ser realizado para a contenção de tais doenças.
A realização dos testes para a detecção de retroviroses sempre deve ser considerada em felinos que manifestem sintomas de imunodeficiência e de infecções secundárias. Os testes imunológicos de FIV e FeLV também não podem ser esquecidos no controle da disseminação dessas doenças.
Adaptado de Clínica Veterinária, Ano VII, n. 36, p. 14 – 21, janeiro/fevereiro, 2002.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
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