VetLab Medicina Laboratorial Veterinária

sábado, 27 de março de 2010

Informe sobre Brucelose canina

Infelizmente não existe nenhum método totalmente confiável para se diagnosticar a brucelose em caninos. O exame de Soro Aglutinação Microscopica, por exemplo, possui alta sensibilidade e baixa especificidade, enquanto o exame de PCR é muito específico, porém pouco sensível.

Um estudo1 comparou os resultados da técnica de IDGA (Imunodifusão em agar Gel) com os resultados da IDGA-ME (Imunodifusão em agar Gel com 2-mercaptoetanol) e CFT (Fixação do Complemento), observou-se que todas as amostras negativas na IDGA também foram negativas nas provas de IDGA-ME e CFT, e que todas as amostras positivas nas provas de IDGA-ME e CFT também foram positivas na IDGA, ou seja, a sensibilidade da IDGA em relação aos testes de IDGA-ME e CFT foi de 100%, fato este que reforça a utilização desta prova como teste de triagem no diagnóstico da brucelose canina por Brucella canis. A eficácia da IDGA como teste de triagem no diagnóstico da infecção de caninos por Brucella canis foi constatada por vários autores, utilizando-se como teste padrão um método direto.

Para diminuir o número de reações falso-positivas, alguns testes incluíram o tratamento prévio dos soros com 0,2M de 2-mercaptoetanol (2ME) que elimina a interferência de IgM não específica, aumentando a especificidade sem alterar a sensibilidade do teste. Pelo fato de serem decavalentes, as moléculas de IgM, possuem maior avidez que a moléculas de IgG, que são bivalentes. O 2ME desnatura a IgM pela destruição das pontes dissulfídricas, minimizando, assim, as ligações inespecíficas2. Apesar de mais específicos, esses testes não devem ser considerados como testes confirmatórios3, um dos motivos é que ele aumenta a janela imunológica.

O teste de ELISA tem como vantagem não apresentar reação cruzada com outras bactérias que não sejam do gênero Brucella4.

Devido a estes fatores, a partir de 01/04/2010, o VetLab irá fazer uma complementação sorológica, sem ônus para os conveniados. Todo exame de Brucelose canina positiva no teste de IDGA será refeito no ELISA e os dois resultados serão liberados.

1.Azevedo, Sérgio Santos de et al. Comparação de três testes sorológicos aplicados ao diagnóstico da infecção de caninos por Brucella canis. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [online].

2.Johnson CA, Walker RD. Clinical signs and diagnosis of Brucella canis infection. Comp Cont Educ Pract Vet Small Anim, v.14, p.763-772, 1992.

3.Carmichael LE, Joubert JC. Transmission of Brucella canis by contact exposure. Cornell Vet, v.78, p.63-73, 1988.

4.Carmichael LE, Shin SJ. Canine brucellosis: a diagnostician’s dilemma. Semin Vet Med Surg Small Anim, v.11, p.161-165, 1996.

5.KEID, L. B. Diagnóstico da brucelose canina por Brucella canis. Correlação entre exames clínicos e laboratoriais: imunodifusão em gel de ágar, imunodifusão em gel de ágar com emprego do 2-mercaptoetanol, cultivo e reação em cadeia pela polimerase. 2001. 96 f. Dissertação (Mestrado em Reprodução Animal) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei,
só mando agora para vocês

Michelle Souza disse...

Esse texto é muito esclarecedor, além disso os kits rápidos não funcionam!!!O mesmo paciente dá Positivo hoje e negativo amnhã