VetLab Medicina Laboratorial Veterinária

terça-feira, 15 de março de 2011

Febre Maculosa

Nos últimos meses temos visto casos de cães com Febre Maculosa que apresentavam clínica da doença. (5 casos confirmados até agora)

A febre maculosa, conhecida também como febre maculosa brasileira (FMB), é uma doença que pode ser fatal em humanos, caso não seja tratada precocemente. É causada por rickettsias do grupo da febre maculosa (GFM) e tem como principal agente causal Rickettsia rickettsii, responsável também pela febre maculosa das Montanhas Rochosas (FMMR) nos Estados Unidos. No Brasil, o principal vetor das rickettsias do GFM é o carrapato Amblyomma cajennense

Patogenia:
R. rickettsii é transmitida ao cão através da picada de um carrapato infectado. O período de incubação é de 2-14 dias, que é seguido pela entrada no sistema circulatório do animal. O organismo, em seguida, invade as células endoteliais dos vasos e capilares e começa a replicar, causando uma vasculite. A replicação da bactéria pode levar a edema, hemorragia, choque, e colapsos. Extravasamentos vasculares também desencadeiam a ativação das plaquetas do animal e do sistema de coagulação.

Sinais clínicos:
Embora a doença seja normalmente auto-limitada e de cerca de duas semanas de duração em cães, há evidências recentes de que quando não tratada, pode levar à morte dos animais afetados.

O achado clínico mais consistente é a febre, aproximadamente 2 a 3 dias após a picada do carrapato.
Petéquias, equimoses e hemorragias associadas à destruição das plaquetas, em resposta a vasculite são vistos frequentemente em superfícies mucosas expostas no cão. A vasculite também pode causar edema nas extremidades, incluindo o escroto, prepúcio, e as orelhas dos cães afetados.

As lesões oculares são frequentemente associados a febre maculosa e resultam de vasculite e hemorragia. Uveíte hiperemia conjuntival, hemorragia da retina, e ao anterior também têm sido associadas. Essas lesões oftalmológicas tendem a ser leves e geralmente ocorrem bilateralmente.
Sintomas neurológicos inespecíficos também foram reportados em alguns casos.
http://www.vet.uga.edu/vpp/clerk/otis/

Distribuição:
Equinos e cães com sorologia positiva têm sido frequentemente registrados em regiões endêmicas, sendo indicados como animais sentinelas em estudos epidemiológicos.

Em estudo realizado no Paraná (http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v62n3/37.pdf ) das 284 amostras testadas pela RIFI, 15 (5,29%) amostras de equinos continham anticorpos que reagiram com R. rickettsii. Nenhuma das 29 amostras de cães e as quatro de asininos reagiram para as rickettsias testadas

Em Petrópolis, no ano de 2005 a Vigilância Sanitária realizou pesquisa sorológica de rickettsiose em 48 de bovinos; 15 de caninos; e 11 de eqüinos. Os resultados demonstram a soropositividade em dois eqüinos, dois caninos e em um bovino. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/ano06_n04_surto_rickettsiose_rj.pdf

Outro estudo realizado no município de Pedreira, região endêmica do estado de São Paulo. Apresentou reação de imunofluorescência indireta positiva em 31,2% e 77,3% dos soros de cães e eqüinos testados, respectivamente. http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/29907025.html

Nenhum comentário: