Painel Neosporose e Toxoplasmose em cães (cód. 895)
Distúrbios neurológicos em cães podem ter origens congênitas, metabólicas, toxicas, nutricionais, traumáticas, vasculares, degenerativas, neoplásicas, idiopáticas e infecciosas. A cinomose, uma das doenças neurológicas mais comuns em cães, apresenta lesões e sinais clínico-neurológicos extremamente variáveis .
Doenças neurológicas causadas por protozoários são maioria dos casos atribuídos ao Toxoplasma gondii, cujos sinais variam conforme a localização da lesão no sistema nervoso. A prevalência aumenta com a idade, pois a chance de exposição eleva-se proporcionalmente. A toxoplasmose clinica em cães geralmente está associada ao vírus da cinomose ou outras infecções, como erliquiose, ou com terapia imunossupressora. Em alguns casos, contudo, os fatores predisponentes não são identificados.
Recentemente, outro protozoário, o Neospora caninum, passou a ser reconhecido como causador de afecções neuromusculares, miocárdicas, pulmonares e dérmicas. Enquanto o T. gondii está associado com infecções intercorrentes, o N. caninum parece ser um patógeno primário.
As cadelas infectadas podem transmitir o Neospora caninum a seus fetos via transplacentária, e sucessivamente as outras ninhadas .
A maioria dos casos clínicos ocorre em filhotes infectados congenitamente , caracteriza-se por uma paralisia ascendente, com os membros pélvicos geralmente mais afetados, podendo apresentar hiperextensão rígida ou flácida, decorrente da poliradiculoneurite e miosite causadas pela infecção, dificuldade na deglutição, paralisia da mandíbula, cegueira, convulsões, incontinência urinaria e fecal, flacidez e atrofia muscular e falha cardíaca.
Sua apresentação é mais variada em cães adultos, além do quadro neuromuscular, podem ocorrer dermatite piogranulomatosa, miocardite fatal e pneumonia . Os cães podem sobreviver durante meses com paralisia progressiva, meningoencefalite, insuficiência cardíaca, complicações pulmonares e, muitas vezes precisam ser eutanasiados.
O VetLab apresenta o painel Neosporose e Toxoplasmose em cães. Este engloba os exames de Toxoplasmose IgG e IgM, Neospora IgG e IgM e teste da avidez do IgG sempre que necessário.
Todos os testes são realizados por ELISA, o que confere maior sensibilidade aos métodos.
O diagnóstico sorológico das doenças infecciosas é realizado através da pesquisa e dosagem dos anticorpos das classes IgM e IgG, produzidos pelo organismo em resposta a um agente infeccioso. Classicamente, o primeiro anticorpo a ser produzido na infecção primária é da classe IgM, sendo, então, acompanhado pela produção de anticorpos da classe IgG. Os anticorpos IgM ficam presentes por um curto período de tempo, normalmente desaparecendo de três a seis meses após a infecção, enquanto os anticorpos IgG permanecem presentes por longo período, por vezes o resto da vida.
Portanto, a presença de anticorpos IgM é indicativa de infecção aguda ou recente, e a presença somente de IgG, de infecção passada.
Entretanto, com o desenvolvimento, nos últimos anos, de novas metodologias que apresentam maior sensibilidade para o diagnóstico dos processos infecciosos, esse conceito tem-se alterado devido à possibilidade da detecção de IgM por um período prolongado. Esses anticorpos IgM, denominados residuais, podem ser detectados, geralmente, em valores baixos, por meses após a infecção. A sua presença, juntamente com anticorpos IgG, por vezes, dificulta a interpretação do tempo de infecção. Além disso, os anticorpos IgM podem ser detectados na reinfecção ou reativação de processos infecciosos, bem como em reações cruzadas.
Recentemente, foi desenvolvido um método de ensaio imunoenzimático capaz de diferenciar infecção recente de infecção passada, com a presença de IgM residual, através da avaliação da capacidade de ligação dos anticorpos IgG. Tal capacidade de ligação, denominada avidez, é diretamente proporcional ao tempo de infecção.
Em quadros infecciosos agudos, a IgG apresenta uma baixa avidez, enquanto que, em infecções crônicas, os anticorpos IgG apresentam alta avidez.
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