Segundo Goldston (1999), é dever do veterinário não apenas reduzir ou retardar a deterioração progressiva dos diversos sistemas orgânicos causados pelo envelhecimento, mas também informar e educar os proprietários, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida a seus animais, bem como prepará-los para o dia que falte a presença deste seu animal
Nos últimos anos, tem havido um grande aumento no interesse pela saúde geriátrica de cães e gatos. A expectativa de vida dos cães aumentou graças a melhor nutrição, produtos farmacológicos e cuidados veterinários. A clínica de animais de companhia está em constante evolução. Atualmente, a geriatria representa uma importante área em expansão na prática veterinária e sua importância cresce continuamente tanto para cães e gatos idosos como para seus proprietários. Conforme a população de animais idosos aumenta o profissional em veterinária tem de se aprimorar para poder oferecer um serviço de excelente qualidade ao animal idoso. Ainda é reduzido o montante de artigos e livros da área de geriatria e grande parte não é referenciada como sendo geriátrica, mas sim como parte de uma área específica ou especialização. Esta monografia revisa algumas das doenças geriátricas mais comuns e conhecidas, e também alguns dos distúrbios mais recentemente encontrados em cães. Espero que o conteúdo abrangente desta monografia seja de utilidade para o leitor, assim como foi para mim, e que estimule a procura por conhecimentos na área de saúde do cão idoso.
Efeitos metabólicos e físicos do envelhecimento (Hoskins, 2008)
Efeitos metabólicos
• Diminuição do metabolismo associada a falta de atividade reduz as necessidades calóricas em 30 a 40%. • Competência Imunológica diminui, apesar do número normal de linfócitos.
• Redução da fagocitose e quimiotaxia; menor capacidade de combater as infecções.
• Desenvolvimento de auto-anticorpos e doenças imunomediadas.
Efeitos físicos
• Maior percentual de gordura corporal.
• Hiperpigmentação e perda de espessamento e de elasticidade da pele.
• Hiperqueratose dos coxins plantares e unhas quebradiças.
• Perda de massa muscular, ossos e articulação com o desenvolvimento subsequente de osteoartrite.
• Tártaro dentário, com perda de dentes e hiperplasia gengival.
• Periodontite produz retração e atrofia gengival.
• Fibrose e atrofia da mucosa gástrica.
• Redução no número de hepatócitos e desenvolvimento de fibrose hepática.
• Diminuição de secreção de enzimas pancreáticas.
• Perda de elasticidade pulmonar, ocorre fibrose pulmonar e aumento da viscosidade da secreção das glândulas. • Diminuição do reflexo da tosse e da capacidade respiratória.
• Perda de peso dos rins, diminuição da filtração glomerular e atrofia tubular renal.
• Frequentemente desenvolvimento de incontinência urinária.
• Crescimento da próstata, atrofia testicular e o prepúcio torna-se pendular.
• Ovários aumentam e glândulas mamárias tornam-se fibrocísticas ou neoplásicas.
• Diminuição do débito cardíaco, desenvolvimento de fibrose valvular e arteriosclerose coronária intramural.
• Medula óssea torna-se gordurosa e hipoplásica; desenvolve-se anemia não regenerativa.
• Redução no número de células nervosas. A senescência causa perda de aprendizado doméstico.
Doenças geriátricas mais comuns em cães (Hoskins, 2008)
Diabetes melito
Doenças da próstata Obesidade
Doença cardiovascular Doença degenerativas Cataratas
Neoplasiass
Doenças dentárias Ceratoconjuntivite seca Hipotireoidismo
Urolitíase Hiperadrenocorticismo Anemia
Incontinência urinária Hepatopatías Insuficiência renal crônica
Avaliação pré-anestésica
Se é importante em um animal jovem e saudável a realização de um exame exaustivo da história clínica do paciente e exames bioquímico-hematológico antes de se considerar um protocolo anestésico, ainda mais quando o paciente em questão é um animal geriátrico. Devemos realizar um histórico detalhado dando especial atenção à anemia, distúrbios do equilíbrio ácido-base, diabetes, doença cardiovascular, desidratação, tratamentos médicos anteriores, etc. Bem como a realização de exames físico, hematológico e bioquímico, acrescidos de outros exames pré-operatórios como eletrocardiograma e radiografia para determinar sua categoria de risco (ASA). A escolha do protocolo anestésico dependerá das condições do paciente, do tipo e duração da intervenção cirúrgica a qual será submetido (Fantoni, 2002; Hoskins, 2008; Paddleford, 2001).
terça-feira, 11 de setembro de 2012
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