VetLab Medicina Laboratorial Veterinária

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Relação Proteína : Creatinina Urinária (PU/CU)

Diagnóstico precoce da doença renal; Detecta a perda protéica na urina!

· Permite quantificar a proteinúria para controle e diagnóstico de doenças renais.

· Dá ao veterinário a oportunidade de alterar o curso da doença renal e aumentar a expectativa de vida de seus pacientes.

· Pode ser usado para monitorar e avaliar o tratamento da doença renal.

· É realizado pelo VetLab no mesmo dia com uma única amostra de urina.

-É relizado no VetLab pela metodologia Azul brilhante de Coomassie/Enzimático Trinder que é considerado padrão ouro*.


Mais do que 75% da função renal deve estar perdida antes de haver aumento de uréia e creatinina.

O Veterinário não precisa esperar pelos sinais clínicos de azotemia antes de diagnosticar uma doença renal. Você pode detectar uma doença renal antes que seus pacientes se tornem azotemicos usando a relação PU/CU e, por ser um teste quantitativo, te dá a possibilidade de monitorar o curso da doença e avaliar a resposta do animal ao tratamento.

Os sinais de doença renal são vagos, inespecíficos e podem ser difíceis de identificar antes que o animal se torne azotemico.

· Um diagnóstico precoce de doença renal garante uma melhor qualidade de vida e um melhor prognóstico para seu paciente.

· O proprietário pode verificar a eficiência do tratamento através de monitoramentos seqüenciais da relação PU/CU.

Interpretação da proteinúria:

1. A fita de EAS é apenas um teste de rotina, ela é pouco sensível e pouco específica para proteínas renais, gerando freqüentemente resultados falso positivo e falso negativo.
2. Um teste de sangue oculto na urina e a análise do sedimento (realizados no EAS) são necessários para distinguir uma proteinúria não renal de uma renal e interpretar a relação PU/CU.
3. Na ausência de hemorragia ou inflamação, uma relação PU/CU < 0,5 é considerado normal; PU/CU entre 0,5 e 1,0 com azotemia e baixa densidade urinária é considerado proteinúria renal e sem azotemia deve-se repetir o teste em duas semanas; PU/CU < 1,0 é considerado proteinúria renal.

Proteinúria renal:

1. Ausência de sangue oculto e poucas células no sedimento são achados comuns.
2. Cilindros podem ou não estar presentes.
3. Glomerulopatia primária pode causar intensa proteinúria, geralmente com PU/CU >3,0.
4. Doenças tubulares primária causam pouca a moderada proteinúria, geralmente com PU/CU >3,0.

Proteinúria pré-renal:

1. Certos fatores extra-renais podem causar uma pequena proteinúria transitória por aumento na permeabilidade glomerular (ex: febre, doença cardíaca, choque e exercícios), por isso uma relação PU/CU entre 0,5 – 1,0 deve ser repetida em duas semanas.
2. Altas concentrações de proteínas de baixo peso molecular no sangue podem passar através dos glomérulos e causar proteinúria, como a proteína de Bence-Jones (mieloma).

> Perguntas mais freqüentes:

P: Por anos, os veterinários usavam apenas a fita de urina para detectar proteinúria. Isso já não é bom o suficiente?
R: Infelizmente, muitos veterinários ainda hoje dependem de fitas de urina para determinar a proteína urinária. Esse teste é pouco específico e pouco sensível, podendo ser influenciado pelo pH, volume, concentração e cor da urina, apresentando resultados errados. Além disso a tira de urina só consegue detectar concentrações de proteína urinaria acima de 30 mg/dl.

P: Como determinar se a proteinúria não é transitória?
R: Proteinúria pode realmente ser transitória e não estar associada com doença renal, mas é importante determinar se ela é realmente transitória ou persistente. Proteinúria persistente em animais não azotemicos é sinal de doença renal precoce, por isso, nesse caso, se não há evidências de doença no trato urinário inferior e a relação PU/CU está entre 0,5 e 1,0 ela deve ser medida novamente em três ocasiões com intervalo de duas semanas entre elas.

P: Qual a diferença entre proteinúria e microalbubinúria?
R: Proteinúria se refere ao excesso de proteínas presentes na urina. Proteínas urinárias podem ser formadas por um complexo de componentes que incluem albumina, imunoglobulinas, globulinas e proteínas de baixo peso molecular.
Microalbubinúria se refere a mensurar pequenas quantidades de albumina na urina. PU/CU mensura todas as frações de proteína, inclusive albumina.

Teste Limite de detecção Proteínas urinárias mensuradas
Fita de urina 30-50 mg/dl Várias
Microalbubinúria 1 mg/dl Apenas albumina
Relação PU/CU 5 mg/dl Todas

P: É realmente importante detectar outras proteínas que não a albumina?
R: Sim, é realmente importante se detectar outros tipos de proteína que não a albumina. Em doenças renais, a albumina pode ser a proteína predominante, entretanto, outros tipos de proteína podem estar presentes em concentrações variadas. Imunoglobulinas e outras proteínas podem causar impacto sobre o resultado da proteína urinária, dependendo da natureza da doença.

P: Em que animais devo testar a relação PU/CU?
R: Devido ao grande número de cães e gatos idosos com insuficiência renal, recomendamos que esses animais façam o exame como parte do check-up geriátrico. Também recomendamos a utilização do teste em animais suspeitos de doença renal e em check-up de raças com pré-disposição a doença renal (como basset, beagle, boxer, bulldogs, chow-chow, dálmatas, pinsher, golden, lhasa apso, schnauzers, shih tzu e yorkshire)

P: Pacientes em estágio terminal de insuficiência renal pode apresentar a relação PU/CU normal?
R: Sim, alguns cães e gatos em estágio terminal da doença podem apresentar o teste normal, devido ao fato de a proteinúria poder decrescer de acordo com a perda do número de néfrons funcionais.

Mais informações: http://www.vetlaboratorio.com.br/clinicas-e-veterinarios/manual-de-exames/relacao-protei-urinaria-pucu/

*COMPARAÇÃO DE MÉTODOS COLORIMÉTRICOS PARA AVALIAÇÃO DA PROTEINÚRIA EM CÃES


Karoline Vanelli 1

Carolina Zaghi Cavalcante 2

Medicina Veterinária - Centro de Ciências Agrárias e Ambientais - Ccaa

Introdução: A proteinúria patológica é definida como sendo uma quantidade anormal de proteína na urina, que pode ser classificada de acordo com o local ou com os mecanismos que induziram a perda da proteína na urina, conforme Lees et al. (2005). A mensuração da concentração de proteína na urina, segundo Finco (1995), pode ser realizada por métodos semiquantitativos e quantitativos. O método quantitativo, segundo Hohnadel (1989) e Toledo (2001), é confeccionado por reações colorimétricas como o azul brilhante de Coomassie® e o vermelho de pirogalol. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo comparar meios de diagnóstico, por meio de métodos espectofotométricos e colorimétricos, que garantissem sensibilidade e especificidade na detecção da proteinúria. Método: Foram utilizadas amostras de urina de 34 cães, machos ou fêmeas, de idades e raças variadas. As amostras foram avaliadas pela técnica do vermelho de pirogalol e pelo método do azul brilhante de Coomassie®, sendo esse método considerado a técnica padrão para avaliação da proteína na urina. Resultados: Foi constatada uma diferença significativa (p < 0,05) entre os dois métodos utilizados, mostrando um aumento no resultado da razão proteína urinária creatina urinária (RPC) utilizando a técnica do vermelho de pirogalol, que apresentou uma média e um desvio padrão igual a 0,3566 ± 0,4435, e a RPC realizada por meio do azul brilhante de Coomassie® apresentou uma média e um desvio padrão igual 0,1558 ± 0,4030. Conclusão: Baseando-se nos resultados obtidos da RPC a partir das análises laboratoriais e comparando-os com os dados presentes em literatura, conclui-se que a técnica do vermelho de pirogalol mostrou ser ineficaz à detecção da proteinúria renal patológica em cães quando comparada com a técnica padrão de avaliação (azul brilhante de Coomassie®). Desse modo, conclui-se que, em face do parâmetro qualidade x sensibilidade, a metodologia de azul brilhante de Coomassie® é a mais indicada para a detecção da proteinúria renal patológica.

http://www2.pucpr.br/reol/index.php/SEMIC18?dd1=3987&dd99=view




6 comentários:

Anônimo disse...

Em um felino com mais de 5 anos e exame de U/C sericas e/ou urinarias normais e que a relação proteina:creatinina urinaria esteja maior que 1,5 pode-se fechar diagnostico de nefropatia assintomática sem que seja necessario repetir e/ou acrescentar exames?

VetLab disse...

Na ausência de uma proteinúria pré-renal, hemorragia, ou inflamação na urina, este animal esta começando uma nefropatia e deve ser tratado.

Anônimo disse...

A presença de proteína (albumina detetada por tirinha) na urina contribui ou não, para o valor final da densidade urinária dessa mesma urina?

Aventura Animal disse...

Oi Estou com um gato de 2 anos e a creat dele no dia 21 de dezembro estava 1,8 fiz soro RL SC nele 3 na semana. Refiz o exame dia 28/12 e a creatinina estava a 2,1 porem a PU/CU estava normal. Pode ser um inicio de IRA? O hemograma e função hepatica está normal, sem nenhuma alteração. Animal disrexia e polidpsia.
Grata

Anônimo disse...

Olá, tenho uma cocker de 12 anos e começou a beber agua e fazer xixi demais, levei ao veterinario e ela fez exame de funções renais (sangue), a Ureia deu 61,00 e a creatinina 1,50, por favor o caso dela ja é considerado grave ???

obrigada

Claudia

Anônimo disse...

Que legal, né ? Um monte de gente postando perguntas aqui e a página fica simplesmente abandonada.